“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11).
O zelo pelas coisas de Deus deve ser calibrado pelo bom senso e, acima de tudo, por uma perfeita compreensão das Sagradas Escrituras.
Há os que afirmam que a Congregação Cristã no Brasil (CCB) é uma seita;
outros, pelo contrário, recusam-se a admitir tal coisa: descrevem-na como um
movimento infelicitado por alguns desvios doutrinários de caráter secundário.
Histórico - Luiz Francescon nasceu na Comarca de Udine, Itália, em 29 de março
de 1866. Converteu-se em 1891, aos 25 anos de idade, quando já morava em
Chicago, EUA. Em 1907, Francescon passou a frequentar a Missão Americana, onde
se inteirou sobre a doutrina do batismo no Espírito Santo. Em 8 de março de
1910, Francescon e G. Lombardi partiram
de Buenos Aires à cidade de São Paulo, onde, no bairro do Brás, começaram a
pregar o Evangelho, vindo a fundar a Igreja Pentecostal Italiana - primeiro
nome da Congregação Cristã no Brasil.
A maioria dos adeptos da CCB afirma que a salvação só é possível na sua igreja. A despeito desse perigoso sectarismo, devemos levar em conta o que
diz a Bíblia. A Palavra de Deus garante que todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo (Jl 2.32; Rm 10.13). A salvação, portanto, está em Jesus (Jo
14.6; At 4.12) e não em organizações religiosas. Segundo os adeptos da CCB, o batismo só é válido se efetuado com esta fórmula: “Em nome do Senhor Jesus,
eu te batizo em nome do Pai, do Filho do Espírito Santo”. Além disso, eles usam
a passagem de At 2.38 para justificar a doutrina medieval de que as águas do
batismo têm propriedades miraculosas para purificar pecados. Mas a salvação é pela graça (Ef 2.8,9). Ou
seja: é um ato da graça de Deus (Tt 2.11). A regeneração é obra do Espírito
Santo (Tt 3.5), enquanto que o batismo em água é o sinal de arrependimento.
Tendo em vista a sua estrutura,
em algumas regiões do Brasil a CCB acha se completamente estagnada. Para seus
adeptos, a Bíblia não tem a devida relevância. A vida deles é norteada pelo “iluminismo”
e não pela Palavra de Deus. Vão ao culto para “buscar a palavra”, e não para
aprender no templo (Sl 27.4). Suas bases
teológicas são bastante precárias. Quanto aos cargos, estes são os principais: ancião, diácono e cooperador. A
CCB é contra o cargo de pastor; mas pastores e evangelistas são dons
ministeriais (Ef 4.11), designados para a liderança do rebanho de Deus. Seus
adeptos criticam os dízimos, mas acabaram por estabelecer o próprio sistema de levantamento de recursos para
a manutenção de suas atividades. O dízimo é um ensinamento que aparece em toda
a Bíblia (Gn 14.20; Ml 3.10; Mt 23.23; Hb 7.5). A Bíblia deixa bem claro que os dízimos eram destinados aos levitas e
sacerdotes (Nm 18.21-24; Hb 7.5), para que houvesse sempre mantimento na
Casa de Deus (Ml 3.10). Os filhos de Levi e os ministros do altar, por sua vez,
pagavam os dízimos recebidos (Nm 18.26).
Vejamos algumas práticas da
CCB:
· Evangelização - Esquecendo-se dos que ainda
não receberam a fé, dedicam-se a pregar aos crentes de outras denominações
evangélicas. Mas, na sua condição de profeta, o ministério de Jesus baseava-se
na trilogia: pregar, ensinar e curar (Mt 4.23, 9.35).
· Véu - A palavra grega para “véu”
é “peribaion” e significa “jogar em volta”. Ela aparece apenas duas vezes no
Novo Testamento grego (1 Co 11.15; Hb 1.15). Em 1 Co 11.1-16, Paulo trata da
submissão da mulher ao marido. Como se vê, o que está em pauta é a submissão, e
não o véu.
· Ósculo santo - Isto é uma questão cultural
ainda hoje observada entre judeus, árabes e vários povos do leste europeu. Não
é motivo, pois, para se fazer uma guerra em torno de assuntos que,
rigorosamente falando, em nada contribuem para a nossa edificação em Cristo
Jesus.
Os adeptos da CCB julgam-se espiritualmente superiores a todos os
evangélicos. Quanto a nós, não nos cabe tratá-los como a inimigos, mas como a
pessoas que precisam dos esclarecimentos necessários para compreender o verdadeiro
sentido do Evangelho de Cristo. Evitemos, pois, contender com eles, pois a
contenda não convém ao homem de Deus. Que o Senhor nos dê graça para preservar
a sã doutrina.
Trechos extraídos da Lição 11 da revista “Seitas e Heresias - ‘Se alguém vos anunciar outro evangelho, seja anátema’”
(Lições Bíblicas, Jovens e Adultos, 2º Trimestre de 1997 - CPAD)
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