“Portanto, vede prudentemente
como andais, não como néscios, mas como sábios” (Ef .15).
A prudência é a ciência dos
justos, que os livra de situações adversas e os conduz a grandes vitórias.
Samuel havia
falecido (1 Sm 25.1), e Saul, o rei, fora rejeitado pelo Senhor (1 Sm 13.14).
Davi, que havia sido escolhido por Deus para substituí-lo (1 Sm 16.1,12,13),
estava sendo perseguido por este, que queria matá-lo (1 Sm 19.10, 23.14), pois
sabia que aquele jovem belemita seria seu sucessor no trono (1 Sm 24.20). Davi
então passou a habitar nas cavernas, nos desertos e montes (1 Sm 22.1, 23.14,
25.1), acompanhado por um grupo de homens que se aliaram a ele (1 Sm 22.1,2,
23.13, 24.3,6). Diante da necessidade de alimentação para si e seus homens,
Davi enviou alguns de seus companheiros a Nabal, para solicitar-lhe o
mantimento, o que lhe foi negado, levando-o a preparar um ataque contra a casa
deste grande fazendeiro.
No lar de Abigail existiam duas naturezas
heterogêneas. Abigail significa “meu pai é alegria”. Além de formosa, suas principais
virtudes eram: sensatez, prudência, sabedoria, humildade e afetuosidade. Nabal significa “tolo”, “sem juízo”. Ele
era um homem de temperamento rijo; avarento, embora muito rico e poderoso; duro
de coração e maligno em obras.
A vida de
Abigail foi caracterizada pela prudência.
Ao receber o aviso de que Davi atacaria sua casa, Abigail ouviu atentamente o portador da triste notícia, não
obstante ser ele apenas um de seus servos (1 Sm 25.14-17). Ela era boa ouvinte. Não era uma ouvinte esquecida (Tg
1.22). Passou a tomar urgentemente as
providências necessárias. Era uma mulher destemida (vv. 18,23,42). Sua
generosidade foi muito grande, em contraste com a avareza e dureza do marido. Nada revelou ao marido, pois ele não
compreenderia. Procurou um caminho onde
não fosse vista pelos de sua casa, determinando que seus mancebos fossem na
frente (vv. 19,20). Esta escolha demonstra sua prudência e sabedoria. Ao
encontrar se com Davi, prostrou-se em terra diante dele e lançou-se a seus pés
(vv. 23,24). Humilhou-se, chamando-se
a si mesma de serva por sete vezes (vv. 24,25,27,28,31,41). Com os humildes está
a sabedoria (Pv 11.2). Foi branda, humilde, perseverante, e, com muito respeito
ao futuro Rei, procurou ajudar o esposo culpado, sem ocultar a verdade dos fatos
(Pv 28.13). Lamentou não ter atendido aos emissários de Davi, por não tê-los
visto (1 Sm 25.25). Tomou para si a falha
de seu marido, pedindo perdão (v. 28; Ec 7.12). Reconheceu que Davi estava na vontade de Deus e que seria o futuro rei
(vv. 26-31). Por esta razão, chamou-o de “meu senhor” por quatorze vezes (vv. 24-31).
Ela era uma mulher sintonizada com vontade divina, pois mencionou o nome do Senhor
por sete vezes neste episódio (vv. 26,28-31). As palavras de Abigail aplacaram a ira de Davi e o levaram a
agradecer a Deus por tê-la enviado ao seu encontro, desviando-o do seu terrível
intento (vv. 32-34). Aplacada a ira de Davi, Abigail voltou para o seu lar,
onde Nabal, seu esposo, estava totalmente embriagado, em um banquete que ali se
realizava. Por isto, ela achou prudente nada lhe revelar do que acontecera. No
dia seguinte, quando ele estava sóbrio, revelo-lhe o que se passara, o que
deixou seu coração amortecido e como que petrificado (vv. 36,37). Ela esperou o momento propício para dar a
notícia.
Podemos ver
a prudência de Abigail recompensada nas seguintes circunstâncias:
1) Na morte de Nabal - Com a morte do esposo, Abigail recebeu a vitória no seu lar, ficando
livre do jugo desigual que a prendia ao marido (Rm 7.2; 1 Co 7.39).
2) No convite para ser esposa de Davi - Com a morte de Nabal, Davi propôs casar-se com
Abigail (1 Sm 25.39-42). Certamente, ele viu nela não somente a beleza física, mas
também a espiritual (1 Pe 3.3-6), seu dinamismo, sua coragem, humildade e
submissão. “A mulher prudente vem do Senhor” (Pv 19.14). Ela, que havia se
humilhado, é agora exaltada.
3) No nascimento de seus filhos - Como esposa de Davi, ela teve 2: Quileabe e
Daniel. Embora alguns estudiosos afirmem que o Quileabe de 2 Samuel 3.3 seja o
mesmo Daniel de 1 Crônicas 3.1, uma coisa é certa: pelo menos um filho ela deu
ao rei.
Pelos diversos aspectos que envolvem o relato
bíblico desta lição, podemos ver em Abigail uma figura da Igreja de Cristo,
pois:
a) Ela vivia ligada a um homem mau e violento - Sem Jesus, nós estávamos dominados ligados ao
pecado (Sl 14.2; Rm 3.23), o qual nos escravizada (Jo 8.34).
b) Ela teve um encontro com Davi - Nós tivemos um encontro com Jesus (Mt 11.28),
que nos salvou (Jo 3.16) e nos purificou de todos os nossos pecados (1 Jo 1.7).
c) Após o encontro de Abigail com Davi, Nabal morreu - Como resultado do nosso encontro com Jesus,
morreu o domínio do pecado em nossa vida (Rm 6.6-14), e passamos a ter paz (Jo
14.27) e convicção do perdão dos nossos pecados (Ap 1.5).
d) Ela foi convidada para ser esposa do rei - Pela salvação, a Igreja tornou-se a Noiva do Cordeiro
(Ap 22.17; 2 Co 11.3), e está esperando a qualquer momento sair ao seu encontro,
para a realização do casamento (Mt 25.1-13).
Tenhamos uma vida de prudência em todos os momentos
de nossa existência, a fim de usufruirmos extraordinárias bênçãos vindas da
parte de Deus. Não somente nas coisas relacionadas com o presente, mas também
nas que dizem respeito à eternidade, ao lado de Jesus.
Trechos extraídos da Lição 11
da revista “Aprendendo com os erros e acertos dos servos de Deus” - 2º
Trimestre de 1996
(Jovens e Adultos, Lições Bíblicas - CPAD)
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