“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de
Deus” (Mt 5.9).
Somente quem tem
paz consigo mesmo e com Deus poderá tornar-se um pacificador eficiente.
Judá era o quarto
filho de Jacó com Léia. Seu nome significa “louvor”. Suas qualidades
referendaram para ser o escolhido, a fim de que sobre ele repousasse a bênção
da supremacia tribal e ancestral do Senhor Jesus, o Messias prometido, o
Salvador da humanidade.
A atuação de Judá
como pacificador foi decisiva para evitar que José, o primogênito de Raquel,
fosse morto por seus irmãos. Com uma argumentação sábia, sugeriu que seria
vantajoso venderam-no para uma caravana de mercadores midianitas, os quais
passavam pelo local, “e seus irmãos lhe obedeceram” (Gn 37.26-28). Vemos aí sua
liderança pacificadora. A vantagem não seria propriamente financeira, e sim um
plano astucioso para salvar a vida de um de seus irmãos. Devemos sempre seguir
o caminho da pacificação (Rm 14.19), nem que seja para abrir mão de nossa razão
(1 Co 6.1-6) ou de outras vantagens, como fez Abraão na pacificação entre os
seus pastores e os de Ló, seu sobrinho (Gn 13.7-9). O pacificador possui
alegria no coração (Pv 12.20).
Judá “foi poderoso
entre seus irmãos, e dele vem o príncipe” (1 Co 5.2). A sua liderança está
evidenciada:
1) Na argumentação
para salvar José (Gn 37.26-28).
2) Na argumentação
junto a seu pai - Convenceu seu pai da ida de Benjamim com eles ao Egito para
buscar comida, em benefício da sobrevivência de todos, colocando-se como
responsável pelo que acontecesse com o rapaz (cp. 43.8,9).
3) Na presença de José - Desta vez, Judá atuou como mediador, intercedendo por Benjamin (cp. 44.15-17).
Apelou eloquente e intensamente em favor de sua família (vv. 18-34). Tal
pronunciamento foi tão persuasivo que levou José a se revelar a seus irmãos,
pois não o reconheciam (cp. 45.1-3).
A Judá coube uma
bênção maior, da parte de seu pai, sobre si e sua descendência (cp. 49.8-12). Certamente
recebeu maior recompensa, porque Deus tinha um propósito definido com ele, e
também por suas qualidades marcantes, as quais o credenciavam para uma grande obra;
Vejamos alguns detalhes da bênção recebida:
a) Supremacia de Judá sobre as outras tribos (v. 8).
· “a ti te louvarão teus
irmãos” - Significa liderança e ascensão sobre as demais tribos, o que pode ser
visto na caminhada de Israel no deserto, quando Judá ia na vanguarda (Nm 2.9).
· “os filhos de teu
pai a ti se inclinarão” - Isto vemos nos dias de Davi. Ele foi ungido pelo Senhor
(2 Sm 5.2), pelos homens de Judá (cp. 2.4) e pelas demais tribos que o fizeram
rei deles também (cp. 5.1-5).
b) Características do reino (v. 9).
· “Judá é um
leãozinho, da presa subiste” - Refere-se a Judá ainda em formação, cativo na
terra do Egito, sob o domínio de Faraó, sendo liberto pelo Senhor, passando,
assim, a ser chamado filho de Deus (Os 2.15, 11.1).
· “encurva-se, e
deita-se como um leão” - Refere-se ao apogeu do reino de Judá, com paz, organização,
beleza e riquezas (2 Cr 9.13-28).
· “e como um leão
velho; quem o despertará?” - Isto fala de inoperância, insensibilidade,
conformismo, entrega, etc., e refere-se à desobediência de Israel, que acabou
dividido em dois reinos: Israel e Judá. Isto os levou ao cativeiro: o primeiro
para a Assíria (2 Rs 15.19,29, 17.3-6), e o segundo para a Babilônia (2 Rs
24.1-20; 2 Cr 36.6-23).
c) Duração do reino (v. 10).
· “O cetro não se apartará
de Judá [...] até que venha Siló” - Uma referência ao governo eternal de Cristo,
a partir do Milênio. “Cetro” significa a “identidade tribal” que os judeus
conservam até o dia de hoje, apesar do exílio babilônico e da Diáspora.
d) Características do Messias (vv. 10b-12):
· Seu perfil - Utilizaria
um jumentinho, significando a humildade, a paz e a mansidão vistas no
ministério de Jesus (Mt 11.28,29) e a maneira como entraria na cidade de
Jerusalém (Zc 9.9; Mt 11.1-11);
· Seu sofrimento - Os
“olhos vermelhos” significam as muitas aflições, o choro e as dores de Jesus (Hb
2.10,14,16, 5.7; Lc 22.38-46);
· Sua morte - Ele “lavará
a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas” significa o sangue derramado
na cruz (Mt 27.35; Fp 2.6-8), para remir os homens de seus pecados (Hb
9.13,14,22; Ap 19.13);
· Sua satisfação - Os
“dentes brancos de leite” significam a abundância de vida, paz, alegria, gozo e
contentamento pela obra realizada (Is 53.11; Lc 15.5,7,10,24);
· Sua abrangência - “a
ele se congregarão os povos”, refere-se aos remidos de todas as épocas, que
serão arrebatados para estarem com Ele eternamente.
Habitamos em um mundo cheio de crises. Porém, é possível viver nele uma
vida pacífica com todos os homens (Rm 12.8), porque temos conosco o Príncipe da
Paz, que é Jesus (Jo 14.27); e, confiando nele, desfrutaremos da bem-aventurança
dos pacificadores (Mt 5.9)!
Trechos extraídos da Lição 1 da revista “Aprendendo
com os erros e acertos dos servos de Deus” - 2º Trimestre de 1996
(Jovens e Adultos,
Lições Bíblicas - CPAD)
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