“E o mesmo Deus de paz vos
santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).
Corpo, alma e espírito; morte
e inferno; eis os problemas que as seitas não sabem como resolver.
Há teólogos
que admitem que o homem é
constituído apenas de corpo e alma-espírito.
Devemos, porém, saber a diferença entre o que a Bíblia diz e o que os teólogos
dizem da Bíblia. Os teólogos não são absolutos; a Bíblia que o é: a Palavra de
Deus. A Bíblia é clara com os textos como 1 Ts 5.23 e Hb 4.12, onde o homem é identificado
como que constituído de corpo, alma e espírito.
O corpo é o invólucro da substância imaterial; a alma, a sede dos apetites e
das emoções; e o espírito, a sede da adoração a Deus. A isso chamamos a
tricotomia. Algumas seitas, porém, usam errada e inapropriadamente 1 Tm 6.16,
que diz: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade”; para contestar a doutrina de
que a alma sobrevive à morte do corpo.
Mas este argumento é desmantelado quando alguém lhes pergunta se os anjos são imortais.
O apóstolo, por conseguinte, está dizendo que Deus é a origem da imortalidade;
em momento algum prega a doutrina dos saduceus. Às vezes o vocábulo alma é
empregado na Bíblia para representar o homem na totalidade do seu ser. Quem não
atenta para isso, confunde-se (ver Êx 1.5; Ez 18.4; At 7.14). O termo alma referindo-se ao sangue: Gn 9.4, Lv
17.10-14, Dt 12.23; à vida: Jó 12.10; à alma propriamente dita: Mt 10.28, Ap
6.9.
A alma é a sede do apetite físico (Nm 21.5; Dt
12.20; Ex 2.24; Jó 33.20; Sl 107.18; M1 7.1). O desejo do homem é manifesto ao
mundo exterior pelo corpo. A alma é também a sede das emoções (Jó 30.25; Sl
86.4; Ct 1.7; Is 1.14). O espírito veio de Deus (Gn 2.7; Zc 12.1), e tem fome e
sede de Deus. Há quem diga que o espírito de todos os homens, independentemente
de seu relacionamento com Deus, volta para o céu, com base em Ec 12.7: “E o pó volte
à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”, mas os tais
esquecem (1) do contexto do cap. 12 de Eclesiastes, principalmente v. 1; (2) do
contexto do cap. 2 de Gênesis, inclusive o v. 1; e (3) de que o espírito humano
também peca (2 Co 7.1; Sl 78.8; Pv 16.18).
A morte - Só escapam da morte física os salvos que
estiverem vivos quando do arrebatamento da Igreja (Hb 9.27). O sono da morte,
de que fala a Bíblia, diz respeito ao corpo inerte, e não ao homem interior. Quando
da ocorrência da morte, o espírito e alma se
separam do corpo. Essa separação também se aplica à esfera espiritual. A
morte, tanto física como espiritual, é consequência do pecado (Gn 2.17; Rm
5.12,15,17,18). Jesus disse que quem nEle crer passa da morte para a vida (Jo
5.24); isso porque o homem sem Deus está separado de seu Criador e, portanto,
morto. A narrativa do Rico e Lázaro traz-nos uma visão panorâmica da doutrina bíblica da imortalidade da alma e do
destino do homem após a morte. Neste relato, concluímos: quando morre um
servo de Deus, os anjos o levam ao Paraíso (v. 22; nisso se cumpre o que está
escrito em Fp 1.23), os mortos conservam o sentido da vista (v. 23), eles têm
sensibilidade à dor (v. 23), lembram-se das coisas terrenas (v. 28), reconhecem
os mortos com os quais, em vida, conviviam (v. 23). As solicitações dos
incrédulos, após a morte, não são atendidas, nem existe comunicação dos mortos
com os vivos (vv. 27-31). A necromancia, portanto, é uma farsa diabólica (Dt
18.11; Is 8.19,20).
O inferno - Hades (v.
23) é o equivalente do hebraico “sheol”. É o estágio intermediário dos mortos. Ali,
estes aguardam o dia do juízo, quando todos os mortos do Hades, juntamente com
próprio Hades, serão lançados no lago de fogo (Ap 20.13,14). O Hades não é o
inferno propriamente dito. É uma prisão temporária, cuja função terminará no Dia
do Juízo. Aí estão os ímpios que já morreram; eles estão conscientes e em
tormentos, aguardando o juízo final (v. 14). Ainda não é o lago de fogo e
enxofre. O Hades, por conseguinte, não é a sepultura. Quando morre um justo, o
homem interior deste (a alma e o espírito) vai para a presença de Deus, enquanto
o corpo é sepultado (Ec 12.7; Ap 6.9). Há, na Bíblia, outras expressões para se designar o lugar da maldição eterna: abismo
(Sl 71.20; Lc 8.30,31; Ap 9.2-4), fornalha de fogo (Mt 13.49,50), trevas
exteriores (Mt 22.13), fogo eterno (Mt 25.41), lago de fogo (Ap 19.20, 20.7,10),
vergonha e desprezo eternos (Dn 12.2), tormento eterno (Mt 25.46). O castigo
eterno é também chamado “fogo que nunca se apagará” (Mt 3.12) e “fornalha acesa”
(Mt 13.42, 25.46).
Para refletir - A Obra Missionária “Chamada da Meia-Noite” publicou
um livreto expondo a doutrina do inferno ardente, do qual extraímos o seguinte
trecho: “Eu também gostaria de poder crer que não houvesse um lugar de maldição
eterna, mas se eu cresse nisso, teria de jogar fora minha Bíblia, teria de
fazer de Jesus um enganador, poderia violar qualquer lei, qualquer mandamento
moral, teria que abandonar minha fé em um Deus Santo e Justo. Se não existisse
o julgamento eterno, do qual previa preciso ser salvo, então também foi
desnecessária a vinda do Salvador, Sua morte teria sido um julgamento errado da
parte de Deus, e a Bíblia se tornaria um livro de lendas obscuras e apavorantes,
cheia de pessimismo”.
A constituição do homem - corpo, alma e espírito; a
morte, o inferno e o lugar dos justos são assuntos interligados. As seitas
sabem, que para se eliminar a doutrina do inferno, é necessário alterar uma
série de outras doutrinas. Por isso, o conjunto doutrinário tratado nesta lição
tem sido duramente atacado pelas seitas na tentativa de tornar sem efeito a
morte vicária de Cristo Jesus por toda a humanidade.
Trechos extraídos da Lição 3 da revista “Seitas e Heresias - ‘Se alguém vos anunciar outro evangelho, seja
anátema’”
(Lições Bíblicas, Jovens e Adultos, 2º Trimestre de 1997 - CPAD)
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