“Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a
palavra e em todo o conhecimento (Como o testemunho de Cristo foi mesmo
confirmado entre vós)” (1 Cor 1:5-6).
Diz-se que testemunho é a qualificação para ser
testemunha, embora possa existir testemunha sem testemunho (vasos para desonra
– 2 Tm 2:20).
A Bíblia nos mostra em muitos de seus versículos a
importância do testemunho cristão, nos fazendo entender que, se quisermos ter
uma igreja madura espiritualmente, qualificada para toda boa obra, santificada
pela palavra e pronta para apresentar-se gloriosa, sem mácula, sem mancha, sem
ruga e pronta para o noivo Jesus, é imprescindível valorizar o testemunho
cristão de cada crente.
Mas o que temos visto em muitas igrejas é que esses
mesmos valores têm sido deixados de lado em detrimento de outros valores.
Infelizmente, as escolhas ministeriais têm sido feitas no “achismo”, para
suprir um ativismo religioso em fazer a obra de Deus, esquecendo-se do Senhor
da Obra. Muitas pessoas perdem tanto tempo fazendo a obra de Deus que não têm
tempo de pedir orientação de Deus para a obra. Muitos crentes esquecem que a
obra deve ser feita segundo a vontade de Deus. Em muitos lugares a obra de Deus
tem sido feita a “trancos e barrancos”, ou seja, de qualquer jeito, por pessoas
inexperientes (néofitas), que mal sabem governar sua própria casa (1 Tm 3:5). Aliás,
esse é um dos pré-requisitos do testemunho cristão para o ministério.
Assim como o testemunho na família é a prova do
crente verdadeiro e da sua fé (1 Tm 5:8), o testemunho cristão é a qualificação
espiritual para o ministério. Paulo relata alguns deveres de quem almeja o
episcopado como ser irrepreensível, marido de uma só mulher, vigilante, sóbrio,
honesto, hospitaleiro, apto para ensinar, que governe “bem” a sua própria casa
e etc. (1 Tm 3:5,7). Isso quer dizer que não é qualquer um que pode exercer o
ministério.
Mas, infelizmente, temos visto no meio cristão que
as escolhas em algumas igrejas não têm seguido esses princípios, mas outros,
como o nepotismo e a amizade por conveniência, citando apenas esses dois como
exemplo.
O livro de Atos relata a escolha de sete diáconos
que foram escolhidos por terem “boa reputação”, ou seja, bom testemunho, sendo
esses “cheios do Espirito Santo” e de sabedoria (At 6:3). O testemunho cristão
nos torna um obreiro aprovado e qualificado diante de Deus (2 Tm 2:15, 3:14-17).
Outra coisa que o testemunho cristão contribui é
para a evangelização. Creio que o método mais eficiente de evangelismo é o
testemunho de um crente. Diz a palavra de Deus que a UNIDADE e o TESTEMUNHO fizeram
crescer a igreja primitiva (At 2:46-47).
O testemunho cristão com qualidade traz a salvação
em quantidade (1 Tm 4:12-16). Paulo pede a Timóteo para que seja exemplo dos
fiéis EM TUDO, perseverando no testemunho, para que, fazendo isso, ele possa
salvar-se a si e aos que o ouvem.
Perseverar em ser testemunho cristão tem sido um
dos grandes desafios dessa geração de crentes. Isso porque o referencial da
Igreja primitiva em detrimento desta “igreja” com “i” minúsculo de nossa
geração é enorme. Diz a palavra de Deus que o testemunho daqueles crentes era
tremendo, tanto que perseveravam unânimes no templo, partiam o pão, ou seja, tinham
comunhão, faziam com alegria e singeleza de coração e contavam com a simpatia
do povo. Diz as Escrituras que, “enquanto isso”, o Senhor acrescentava os que
iam sendo salvos (At 2:46-47).
Mais do que fazer campanhas evangelísticas de
grande porte, o cristão deve se conscientizar que o testemunho cristão vale
mais do muitos projetos evangelísticos de qualquer ministério.
O livro de Atos mostra a realidade de uma igreja
que era unida, unânime, fraterna, simples, temente a Deus e de uma alegria
sincera. E, por isso, contava com a “simpatia” do povo. E, por isso, e nada
mais que isso, que “todos os dias” Deus acrescentava os salvos. Hoje vivemos
outra realidade, a realidade de uma igreja individualista, dispersa, egoísta e
cada dia mais parecida com os padrões do mundo, do que os padrões de Deus.
Mas graças a Deus, pois existem algumas exceções e
alguns remanescentes que não abrem mão de serem menos religiosos, evangélicos e
mais cristãos bíblicos, no modo de proceder e agir.
Meu desejo é que essas exceções venham a ser
maioria, para que o Senhor se agrade dos crentes e dos líderes dessa geração.
“Porque quem nisto serve
a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. Sigamos, pois, as coisas que
servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros” (Rm 14:18-19).
(Anderson
Cassio Oliveira - Gospel+)
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