“E assim invalidastes, pela
vossa tradição, o mandamento de Deus” (Mt 15.6).
Os dogmas da Igreja Católica
não resistem ao exame bíblico, porque são fundamentados na teologia humana.
O
catolicismo romano é um dos três maiores ramos do Cristianismo, juntamente com
os Protestantes e Ortodoxos. Mas a nossa análise é bíblica, e não político-social.
Em nome da tradição, a Igreja Católica sacrificou o autêntico Cristianismo ao
longo dos séculos.
Ninguém, em
sã consciência, pode negar a influência política do papa no mundo; mas, biblicamente, esse cargo não existe. A teoria de que Pedro foi o primeiro papa
não resiste à análise bíblica. Pedro
nunca foi bispo de Roma. Ele foi martirizado no reino de Nero, por volta de
67 ou 68 d.C. O Concílio de Jerusalém (At 15) o correu em 48 d.C, ou pouco
depois, entre a primeira e a segunda viagens missionárias de Paulo. Embora
participasse desse Concílio, Pedro não o presidiu; a presidência coube a Tiago (At
15.13,19). De Roma, Paulo escreveu 4
cartas, em 62 d.C.: Efésios, Colossenses e Filemom. Em 63 d.C.: Filipenses. Entre
67 e 68 d.C., após o incêndio de Roma, quando estava preso pela segunda vez: 2 Timóteo.
Esse tal “papa” não é mencionado! A Igreja do primeiro século desconhecia a
figura do papa! A interpretação papista de Mateus
16.16-18 é uma camisa-de-força. A expressão “Sobre esta pedra” refere-se à
resposta de Pedro, que disse: “Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo”. Sobre Cristo a Igreja foi edificada, e não
sobre Pedro, a menos que o clero romano admita que o Catolicismo tenha sido
elegido sobre o Pedro. Desde a época do salmista (Sl 118.22), passando pelo
profeta Isaías, a palavra profética já anunciava o Messias como a Pedra de
Esquina (Is 28.16). Jesus afirmou ser Ele mesmo a Pedra (Mt 21.42). O próprio apóstolo
Pedro afirmou ser Cristo a Pedra (At 4.11; 1 Pe 2.4-6). O apóstolo Paulo afirma
que Pedro é apenas uma pedra, como os demais apóstolos, sendo Jesus Cristo a Pedra
principal (Ef 2.20). Falta, portanto, fundamento bíblico para se consubstanciar
a figura do papa.
Qual a diferença entre “adorar” e “prestar culto”? Se prostrar-se diante de um ser, dirigir-se a ele
em orações e ações de graça, fazer-lhe pedidos e cantar-lhe hinos de louvor não
for adoração, fica difícil saber o que os papistas entendem por adoração. Chamar
isso de veneração é subestimar a inteligência humana. A Bíblia diz que há um só
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo (1 Tm 2.5). Entretanto, os
católicos aprenderam a orar pedindo a intercessão de Maria. O papa Bonifácio IV,
em 610 d.C., celebrou pela primeira vez a
festa todos os santos, substituindo panteão romano (templo pagão dedicado a
todos os deuses). Por um tempo “cristão” para que as relíquias dos Santos fossem
ali colocadas, inclusive Maria. Dessa forma, o culto aos santos e a Maria substituiu o dos deuses e deusas do
paganismo. Maria é deusa para os
católicos. Apesar disso, os católicos manifestam o seu sentimento de
profunda tristeza quando afirmamos que Maria é reconhecida como deusa no
catolicismo. “Glórias de Maria” é o título do livro publicado pela Editora Santuário,
de autoria de Afonso Maria de Liguori, canonizado pelo papa, que atribui a
Maria toda honra e toda glória que a Bíblia só confere ao Senhor Jesus Cristo. A
passagem bíblica sobre os querubins
colocados no propiciatório da Arca da Aliança (Êx 25.18-20), advogada pelos
teólogos romanistas para justificar a prática da idolatria, não se reveste de
sustentação alguma. Porque não existe, na Bíblia, uma passagem sequer que mostre
um israelita dirigindo suas orações aos querubins. O propiciatório era a figura
da redenção em Cristo (Hb 9.5-9).
Outros dogmas:
· A leitura da Bíblia - Foi proibida aos leigos no Concílio de Tolosa,
em 1222. Com isso, a Igreja Católica jubilou a Bíblia, e a tradição passou a
suplantar a Palavra de Deus (Mt 15.9). E dever de todo homem ler a Bíblia; a
própria Bíblia o recomenda (Dt 6.6,7; Is 34.16; At 17.11; Ap 1.3). Se hoje há
algum incentivo à leitura da Bíblia por parte do clero, é por causa da pressão
dos evangélicos, pois a Igreja Católica está perdendo, a cada dia, mais e mais
adeptos. Essa leitura é feita com lentes papistas, como estratégia para se
conter o crescimento dos evangélicos. Quanto aos livros apócrifos, eles jamais
fizeram parte do cânon sagrado dos judeus, isto é: o Antigo Testamento. A
Bíblia Hebraica, ainda hoje, está dividida em três partes: lei, hagiógrafos (escritos
sagrados) e profetas.
· O celibato clerical - Foi instituído em caráter local, em 386, por Sirício,
bispo de Roma, e imposto como obrigação vocacional pelo papa Gregório VII, em 1074,
e continua a ser mantido pela Igreja Católica. O casamento não é um mandamento,
mas uma escolha individual. Nem a Igreja, nem o papa e nem ninguém tem o
direito de vetar um direito concedido por Deus ao homem (Gn 2.18; 1 Co 7.2), inclusive
aos oficiais da igreja (1 Tm 3.2-5,12; Tt 1.6-9). Pedro e os demais apóstolos
eram casados (Mt 8.14; 1 Co 9.5).
· A doutrina do purgatório - Ensina que os cristãos parcialmente santificados
passam por um processo de purificação para depois entrar no céu. Essa crença
veio do paganismo e é muito antiga, e não há espaço para ela na Bíblia. Há apenas
dois caminhos: salvação e condenação. Há salvação enquanto houver vida (Is 55.6;
Mt 5.25,26). Quem purifica o pecado é o sangue de Jesus, e não fogo do
purgatório (1 João 1.7).
· A tradição - Jesus criticou duramente o
fato de se colocar a tradição em igualdade de condição com a Palavra de Deus,
ou até mesmo acima dela. A Igreja Católica, através de suas tradições, aprova
práticas frontalmente condenadas pela Bíblia: a idolatria e outros desvios
doutrinários. É a Bíblia que julga a Igreja, e não a Igreja a Bíblia.
· O batismo infantil - A
criança é inocente e não tem responsabilidade alguma diante de Deus. Ela não
tem ainda a capacidade de amar e aborrecer a Deus. O batismo exige profissão de
fé (At 8.37), oração (At 22.16) e voto de consagração (1 Pe 3.21). A criança
não é capaz de realizar esses três requisitos. Não existe na Bíblia um caso
sequer de batismo infantil. Jesus foi batizado com quase 30 anos de idade (Lc 3.23).
· A salvação pelas obras - A Igreja Católica prega a salvação pelas obras,
contrariando a Palavra de Deus. A salvação é um ato da graça de Deus, e não dos
méritos humanos (Ef 2.8-10; Tt 2.11, 3.5).
Hoje, o papa
procura unir as igrejas em torno de si através do ecumenismo. Infelizmente, há os
que estão caindo nesta armadilha. Foi por questionar os dogmas papistas que
muitos foram torturados e outros pagaram a própria vida. É difícil entender
como muitos filhos da Reforma, hoje, se prestam a comungar com o Evangelho
rejeitado pelos reformadores. Quanto a
nós, jamais nos afastemos do que ensina a Palavra de Deus!
Trechos extraídos da Lição 8
da revista “Seitas e Heresias - ‘Se alguém vos anunciar outro evangelho, seja
anátema’”
(Lições Bíblicas, Jovens e Adultos, 2º Trimestre de 1997 - CPAD)
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