“Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a
ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.16).
Não é necessário ser erudito
para permanecer salvo, mas é dever do cristão saber discernir a doutrina ortodoxa
da doutrina herética.
O termo seita, como aparece na Bíblia, significa
facção, partido, grupo ou cisão. Inicialmente, não tinha caráter pejorativo (At
15.5, 24.5,14). Depois, assumiu sentido negativo (Gl 5.19-21). Pode designar um
subgrupo de dentro de alguma religião organizada, como os saduceus (At 5.17) e
os fariseus (At 15.5, 26.5), ou dissensões no seio da própria Igreja (Rm 16.17;
1 Co 11.19). Os hereges “convertem a graça de Deus em dissolução, e negam a
Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (Jd 4). Uma tal seita
consiste num grupo de pessoas unânimes em torno de uma interpretação particular
da Bíblia, caracterizando-se por distorções do cristianismo ortodoxo, no que
diz respeito às doutrinas centrais da fé cristã. No cristianismo no século 1, o
termo heresia indicava a negação do
Evangelho pregado pelos apóstolos (2 Pe 2.1; 2 Co 11.3,4; Gl 1.8).
Doutrina é o conteúdo de um ensino ou
crença. Ela pode ser divina (Mt 7.28; Jo 7.16; Tt 2.10), humana (Cl 2.22;
Tt 1.14) e demoníaca (1 Tm 4.1). A doutrina divina é a bíblica, ortodoxa de sadia.
A humana e a de demônios são heréticas, que levam o homem à condenação e
perdição. A doutrina responde às perguntas sobre Deus, a Trindade, a
natureza humana, a vontade de Deus, o nosso destino eterno. A perseverança na
doutrina está relacionada à salvação (v. 16). O conhecimento e a prática da
doutrina cristã nos protegem contra a heresia (v. 1-6; 2 Tm 2.18; Tt 1.11). Esse
conhecimento não anula a espiritualidade do crente (1 Co 2.14,15; Rm 12.3). A
doutrina contribui para a unidade da Igreja (Rm 16.17; 1 Co 1.10; Ef 4.12,13). As seitas distorcem as verdades
fundamentais sobre Cristo reveladas na Bíblia, e isso resulta num outro
evangelho (Gl 1.6-8) e num outro Jesus (2 Co 11.4), que oferecem uma falsa salvação
e um falso céu para os seus adeptos.
As seitas, portanto:
a) Negam a doutrina da Trindade - Os adeptos da maioria das seitas procuram salvar-se
a si mesmos e, por essa razão, a Trindade lhes é um insulto; dessa forma tendem
a rejeitá-la ou pervertê-la.
b) São exclusivistas - Seus promotores e adeptos ensinam que a salvação é exclusiva ao seu
grupo religioso. Isso é uma afronta à graça de Deus e ao mérito do sacrifício
de Jesus no Calvário. A Bíblia diz que a salvação está disponível, pela fé em
Cristo, a todos os que se arrependerem de seus pecados (At 4.12, 10.43; Jo
3.15; Tt 2.11).
c) Vão além da Bíblia - Certas seitas e religiões explicitamente a autoridade
da Bíblia; outras acrescentam algo a ela; e ainda há as que declaram crer nela,
mas na prática sequer incentivam seus adeptos à leitura da Palavra de Deus. Colocam
outros livros e líderes humanas como tendo a mesma autoridade da Bíblia ou acima
dela. A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, inspirada por Deus (2 Tm
3.16). A Bíblia é a Palavra de Deus (Mc 7.13), o Livro do Senhor (Is 34.16).
d) Caracterizam-se por apresentarem novas “revelações”, novas interpretações da Bíblia, um
outro Jesus, rejeição do cristianismo ortodoxo, liderança muito forte, mudanças
constantes em sua teologia, falsas profecias e salvação pelas obras.
A palavra “credo”
vem do latim e significa “creio”. O credo é mais que um conjunto de crenças: é
uma confissão de fé; e tem como objetivo sintetizar as doutrinas essenciais do
cristianismo para facilitar as confissões públicas, e conservar a doutrina
contra as heresias. Vejamos alguns credos:
1) O primeiro credo da Bíblia está em Deuteronômio 6.4: “Ouve ó Israel, o Senhor
nosso Deus é o único Senhor”; citado por Jesus como o primeiro de todos os
mandamentos (Mc 12.29).
2) O credo dos Apóstolos é o mais antigo dos três principais credos da Igreja
Cristã. Diz a tradição que ele foi formulado pelos apóstolos logo após a
ressurreição de Jesus, e que cada um deles apresentou um artigo de fé. O texto
mais antigo desse credo é datado de 700 d.C.
3) O credo de Niceno foi formulado em 325 d.C. Ele contém princípios do credo anterior e
novos elementos que lhe dão feição própria.
4) O credo Atanasiano ocupa-se da doutrina da Trindade. Todas as suas
declarações podem ser confirmadas as Escrituras. Ele foi formulado em 381 d.C.,
e é muito extenso para ser citado na íntegra.
5) O credo das Assembleias de Deus constitui-se de 14 artigos que aparecem em cada
edição do jornal Mensageiro da Paz, p. 2. Ele começa com uma declaração
trinitariana: “Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o
Pai, o Filho e o Espírito Santo” (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.2ª; 2 Co 13.13).
A Bíblia é a única fonte para se discernir entre a ortodoxia
bíblica e a heresia. Ela é a Palavra de Deus inspirada; o único padrão que
distingui o certo do errado. O movimento religioso que rejeita, e tem aversão
pelos credos formulados pela Igreja Cristã nos primeiros séculos, é seita; e,
como tal, é inimiga do cristianismo bíblico e histórico.
Trechos extraídos da Lição 1
da revista “Seitas e Heresias - ‘Se alguém vos anunciar outro evangelho, seja
anátema’”
(Lições Bíblicas, Jovens e Adultos, 2º Trimestre de 1997 - CPAD)
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