“Vós sois a nossa carta, escrita em nossos
corações, conhecida e lida por todos os homens” (2 Cor 3:2).
Certa vez ouvi de um famoso Rabino judeu que, mais
do que um mensageiro de Deus, ele procurava ser a carta de Deus nesta terra. Achei
interessante tal afirmação, pois creio que essa pessoa nunca teve oportunidade
de ler (por ser religioso da lei) o que disse o apóstolo Paulo no NT escreveu
aos Coríntios em sua segunda carta aos Coríntios. E o apóstolo fala exatamente
isto, ser a carta de Deus aqui na Terra.
Muitos cristãos não entendem que, mais do que falar
de Jesus, é necessário viver Jesus. Diz a palavra de Deus:
“Como,
pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele” (Cl 2:6).
“Aquele
que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 Jo 2:6).
Mais do que falar do evangelho, é imprescindível
que vivamos o evangelho da Graça.
As Sagradas Escrituras nos mostram que, mais do que
mensageiros de Deus, precisamos ser a carta viva de Deus para os homens. Através
disso, é necessário ressaltar a todo crente a importância do testemunho
cristão. Em muitas passagens o Senhor nos mostra o quanto é necessário que
sejamos testemunho.
Testemunho é a declaração de uma testemunha e também
é um ensino divino dado por Deus. Da mesma forma que o testemunho é declaração
de alguém que viu e ouviu, ou seja, a experiência relatada de alguém ou algo,
somos, em Cristo, como uma carta de Deus para este mundo, escrita pelo Espírito
de Deus.
O apóstolo Paulo declara:
“Porque
já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita,
não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas
tábuas de carne do coração” (2 Cor 3:3).
Paulo estava dizendo que a maior carta de
recomendação de um crente é o seu testemunho cristão. Existem muitas igrejas
que usam uma carta de recomendação para receber a nova membresia. Porém, o que
muitas cartas de recomendação talvez não possuam é a veracidade dos fatos de uma
pessoa, assemelhando-se assim a muitos desses currículos adulterados que as
empresas recebem.
O apóstolo Paulo dizia que ele não mercadejava a
palavra de Deus, ou seja, falsificava, como muitos “mestres” da lei o faziam.
Ele dizia que em Cristo é que ele falava, na Sua presença, com sinceridade e
com devida propriedade. (2 Cor 2:17)
Há muitas pessoas que falam de Cristo, mas não com
sinceridade, pois falsificavam a palavra de Deus. Aliás, a origem da palavra
grega para mercadejar é καπηλεύοντες = kapeléuo(gr), que denota adulteração.
Muitos caixeiros viajantes misturavam água com vinho para enganar seus fregueses
e clientes. Essa palavra também significa corromper. Paulo dizia que havia
muitos desordenados (insubordinados), faladores vãos e enganadores que ensinavam
por torpe ganância (Tt 1:10-11).
Há muitos no meio cristão que não se importam em
ser testemunho de Cristo, em ser carta de Deus, pois sua vida se resume ao marketing
pessoal que faz de si mesmo, na sua própria glória. Não importa para eles se o
testemunho cristão que vivem está fora dos padrões bíblicos, o importante é
“servir a Deus”. Porém o que muitos não conseguem enxergar, no coração
cauterizado pela ganância, é o que o Deus que servem é Mamom. Como diz Paulo:
…, “cujo deus é próprio ventre, a sua glória é para confusão deles mesmos e o
fim deles é a perdição” (Fp 3:19). Eles só pensam nas coisas terrenas.
E isso falo tanto de líderes como crentes em geral.
Como podemos identificar
quem tem um bom testemunho cristão e é carta de Deus?
Na segunda parte deste estudo, mostraremos, pela Palavra
de Deus, alguns princípios para o bom testemunho cristão, porém podemos
adiantar que todo aquele que fala com sua vida (pensar e agir), que vive de
acordo com os princípios bíblicos de justiça e retidão, que ama sem fingimento
o seu irmão e que, acima de tudo, produz bons frutos (vistos tantos pelos
próprios irmãos como pelos não crentes), esse pode ser considerado um bom
testemunho cristão.
Todas as coisas são
puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o
seu entendimento e consciência estão contaminados. Confessam que conhecem a
Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e
reprovados para toda a boa obra. (Tt 1;15-16).
(Anderson
Cassio Oliveira - Gospel+)
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