“Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel
louvou o Deus do céu” (Daniel 2:19).
Deus não guarda
segredo para quem vive em plena comunhão com ele e obedece, de bom grado, à sua
palavra.
A leitura do curto livro de Daniel revela que seu autor tinha uma
intensa vida de oração. Sem dúvida, a contínua, incessante e fervorosa
intercessão de Daniel era a raiz de onde ele extraía a seiva para nutrir a sua
vida tão cheia de frutos. Certamente um exemplo para cada um de nós.
Oração é o meio de se
estabelecer a comunhão com Deus. É voltar a alma para o Senhor. É um diálogo no
qual falamos (e somos ouvidos) e ouvimos a voz de Deus. Na oração:
· Falamos com Deus, e Ele se faz presente (Dt 4.7) - Moisés permaneceu no monte, na presença do Senhor, por 40
dias e, quando desceu dele, o seu rosto brilhava (Êx 34.25). Coisa semelhante
pode ser vista em nossos dias. O crente dominado pelo Espírito Santo buscar a
Deus em oração e, deste modo, experimenta a manifestação cada vez mais plena do
fruto do Espírito em sua vida (Gl 5.166,22).
· Deus fala conosco - A Bíblia
registra o exemplo de Paulo, o qual, ao pedir ao Senhor que lhe fosse tirado o espinho
na carne, recebeu como resposta que a Graça lhe bastaria, porque o poder de
Deus se aperfeiçoa na fraqueza (2 Co 12.9,10).
A oração começa com a conversão – Depois da
conversão, o Espírito Santo estabelece morada no pecador arrependido (Rm 8.9; 1
Co 6.19), o qual passa a sentir o desejo ardente de orar (Zc 12.10). Somos
exortados a “orar no Espírito Santo” (Jd 20). Paulo ensina aos efésios que
devemos orar em todo tempo, “com toda oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18). Vemos,
assim, que Ele não só nos ajuda nas orações (Rm 8.26), mas também nos incentiva.
Quando uma pessoa anda em Espírito (Gl 5.16), ou seja, deixa-se guiar e
orientar por Ele, ela sente, como resultado da operação dele em sua vida, uma
necessidade imperiosa de orar! Feliz o crente que se deixa guiar pelo Espírito
Santo (Rm 8.14)! Foi exatamente isto que aconteceu na vida de Daniel: o Espírito
o guiou para oração.
A Bíblia nos
convida a apresentar a Deus, que é nosso Pai amoroso, todas as nossas
necessidades e anseios. “E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu
me glorificarás” (Sl 50.15). Este texto nos mostra que, além da petição, a oração deve conter louvor e ação de graças
a Deus que atende as nossas súplicas. Quando damos graças a Deus, que nos fez
idôneos para participar da herança dos santos na luz, somos corroborados em
toda a fortaleza (Cl 1.11,12). Portanto,
o louvor a Deus:
a) É inspirado pela alegria da salvação (Is
12.1-6) - Quando Jesus entrou, pela última vez, em Jerusalém, e aproximou-se da
descida do Monte das Oliveiras, a multidão dos discípulos, regozijando-se,
começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinha
visto (Lc 19.37). Cristo nos orientou a nos alegrarmos por estarem os nossos
nomes escritos no céu (cap 10.20).
b) É o caminho da vitória - Quando Paulo e
Silas estavam presos, já perto da meia-noite, eles oravam e cantavam hinos a
Deus. Sobreveio, então, um tão grande terremoto que os alicerces do cárcere se
moveram, e todas as portas se abriram. Tudo isto levou o carcereiro e sua família
a um despertamento espiritual (At 16.25-34).
c) Fortifica a nossa fé – Abraão, o pai de
todos os que creem (Rm 4.11), acreditou no cumprimento da promessa de Deus, e
não enfraqueceu na fé quando as possibilidades biológicas haviam cessado (vv. 18,19).
Ele foi fortificado na fé, e deu glória a Deus (v. 20).
d) Estava sempre presente nas orações de Daniel - Ele louvou a Deus quando lhe foi revelado o segredo do rei (Dn. 2.19-23).
No capítulo 6 de seu livro, ele aparece como vítima de uma trama de inimigos
invejosos, pois três vezes ao dia colocou-se de joelhos, orou e deu graças,
diante do seu Deus, como era seu costume fazer (v. 11).
Intercessão é parte integrante da oração - Interceder e orar em favor de outros, na direção e no poder do Espírito
Santo. Na intercessão, o intercessor coloca-se diante de Deus, no lugar da
outra pessoa. Deus busca intercessores (Ez 22.30), e maravilha-se de não encontrá-los
(Is 59.16). O ministério da intercessão é um chamado especial para cada filho
de Deus. Daniel, de modo exemplar, intercedeu pelo seu povo. Quase setenta anos
haviam-se passado, desde o início do cativeiro babilônico. Daniel, leitor das Escrituras,
entendeu que este era o número de anos de que falara o Senhor perante o profeta
Jeremias (Jr 25.11), quando acabariam as assolações de Jerusalém (Dn 9.2). O
tempo de cativeiro estava chegando ao fim, e Daniel não conseguia detectar
sinais de mudança. Dirigiu, então, seu rosto ao Senhor Deus, para o buscar em
oração, rogos, jejum, e saco e cinza (v. 3). Daniel, com muita humildade,
identificou-se com seu povo, e confessou os pecados cometidos: o proceder ímpio,
a rebeldia contra Deus, o apartar-se dos mandamentos e juízos do Senhor, o não
dar ouvidos aos profetas que falaram em nome de Deus (vv. 5,6). Atitude de
semelhante identificação com o pecado do povo pode ser vista na oração de
Neemias (Ne 1.4-11), e na de Esdras (Ed 9.3-15), o que mostra como, na intercessão,
o intercessor se identifica com aquele por quem intercede. A oração de Daniel
foi respondida sem demora. Ele ainda orava, quando o anjo Gabriel trouxe-lhe a
resposta: os acontecimentos das setenta semanas.
Sejamos
intercessores, em benefício da salvação das almas. Os alicerces da obra de Deus
são lançados através da oração (Ez 36.37). Jesus, nosso grande exemplo, orava noites
inteiras (Lc 4.42,43, 5.15-17). O apóstolo Paulo constantemente intercedeu (Fp
1.4; Cl 1.3; 2 Ts 1.3). “A oração feita
por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.16b)!
Trechos extraídos da Lição 13 da revista “Daniel,
estadista e profeta” - 3º Trimestre de 1995
(Jovens e Adultos,
Lições Bíblicas - CPAD)
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