“O Senhor é o meu ajudador, e
não temerei o que me possa fazer o homem” (Hb 13.6).
A fé em Deus resulta em
recebermos sua proteção em todas as circunstâncias de nossa vida.
O livro de
Ester é o único da Bíblia onde não aparece a palavra de Deus; entretanto, o que
se pode observar, de um modo nítido, é a mão do Senhor operando secreta e
poderosamente na condução de todas as coisas, e de uma maneira específica na
salvação dos judeus, e livrando-os das artimanhas preparadas pelos seus
aniversários.
Embora um
grande contingente do povo de Deus já houvesse regressado para a Palestina (Ed
1.11, 2.2), muitos judeus ainda estavam
espalhados por todo o Império Persa. Eles
viviam em terra estranha. Porém, mantinham
suas convicções bíblicas, tendo leis diferentes das dos demais povos (Et
3.8). A Igreja, como aqueles judeus, também possui uma doutrina (Rm 7.17,
16.17; Tt 2.10) e costumes diferentes (1 Co 6.2, 10.31,32; Ef 2.10; 1 Tm
2.9,10).
Tudo corria
normalmente para os judeus, até que Hamã
traçou um plano para eliminá-los. O
autor foi deste projeto Hamã (Et 3.1,10, 8.3,5, 9.24), o qual ocupava a
posição de líder. Todos deveriam prostrar-se diante dele (Et 3.2). Hamã odiava Mardoqueu e os judeus. Detestava
o primo de Ester, por ele não ter se prostrado diante dele (vv. 2,5, cp. 5.9);
por isso, mandou preparar uma forca para matá-lo (Et 5.13,14). Seu plano era acabar com todos os judeus
(Et 3.6). Para tanto, trabalhou às ocultas para concretizá-lo (vv. 5-10), como
o Diabo, que também se empenha para destruir o povo de Deus (Mt 13.25; 2 Pe
2.1). Com muita habilidade e astúcia
diabólicas, Hamã conseguiu que o rei assinasse o decreto da matança de
todos os judeus (Et 3.8-14). O Diabo estava por detrás de todo esse plano. Se
todos os descendentes de Judá fossem mortos, como se cumpririam as Escrituras,
que diziam vir o Messias deste povo?
Mardoqueu era judeu (v. 4) e
primo de Ester, que havia sido escolhida pelo rei Assuero para substituir a
rainha Vasti (Et 2.8,9,15,18). Ele era
prudente (vv. 10,20), abnegado (v. 7), fiel a Deus (Et 3.2) e ao rei (vv. 2,3),
cuidadoso (Et 2.11), etc. Intercedeu
pelo povo Judeu em duas ocasiões distintas:
1) Diante de Ester (Et 4.1-16) - Quando soube da assinatura do decreto, Mardoqueu ficou
transtornado com a notícia. Vestiu-se de saco e cinza, como sinal de indignação,
e ficou na porta do palácio; comunicou-se com Ester, através de um portador,
informando-lhe a respeito do decreto, e solicitou dela a intercessão junto ao rei,
para a anulação da sentença.
2) Diante de Assuero - Diante da intercessão de Ester, que tinha Mardoqueu como o mentor da
libertação, o rei Assuero os incumbiu de redigirem um novo decreto que concedesse
aos judeus o direito de se defenderem no dia estipulado para a matança, cujo
texto ele selaria com o seu anel.
Mardoqueu, então,
foi honrado. Sua exaltação começou
quando o rei descobriu que ele tinha sido o delator da conspiração que visava mata-lo.
O monarca determinou que ele fosse
honrado publicamente (Et 6.1-12). O monarca o engrandeceu, constituindo-o
como segundo no reino (Et 10.2,3). Em toda a participação de Mardoqueu para
libertar os judeus, encontramos uma
figura clara do Senhor Jesus, que veio para ser o libertador da humanidade (Lc
4.18,19; Jo 8.31), e era judeu, como ele (Jo 4.22); como Mardoqueu não se
curvou ante Hamã, assim também Cristo não se prostrou ante as propostas de
Satanás (Mt 4.9.10; Lc 10.18,19; Cl 3.14,15); como Mardoqueu foi honrado pelo
rei, assim Cristo foi também festejado pelo Pai, quando subiu ao Céu (Ef 4.10),
recebendo uma roupagem celestial de glória (Ap 1.13-16), tornando-se grande (Hb
10.22), assentando-se no trono ao lado do Todo-poderoso (Ap 3.21), recebendo um
nome que é sobre todos os nomes (Fp 2.6-8), estabelecendo uma ordenança em
comemoração à sua vitória, a Ceia do Senhor (1 Co 11.23-26), e tornando-se
nosso protetor (Hb 13.5).
Devemos pautar nossas vidas pelos preceitos divinos,
sabendo que não estamos desamparados, como órfãos, pois temos um intercessor no
Céu, que intercede sempre por nós (Hb 7.25), e nos concede as armas, para
enfrentarmos e vencermos as astutas ciladas do Diabo (Ef 6.10-18).
Trechos extraídos da Lição 12
da revista “Aprendendo com os erros e acertos dos servos de Deus” - 2º
Trimestre de 1996
(Jovens e Adultos, Lições Bíblicas - CPAD)
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