“E sabemos que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28a).
Devemos nos manter fiéis às
provações a que somos submetidos, pois conduzem-nos a bênçãos mais profundas.
A história
de Jó é uma das mais comoventes da Bíblia. Nela descobrimos a origem e a
finalidade dos sofrimentos. Ela nos revela o caráter e os objetivos do
adversário do ser humano, Satanás; porém, em contrapartida, também revela um
Deus soberano, Todo-Poderoso, e que, no seu propósito para nossas vidas, além
de não permitir que a provação vá além do que possamos suportar (1 Co 10.13),
sempre propicia um final feliz para os que são fiéis na tribulação (Dt 8.16; Tg
1.12). A história de Jó tem sido motivo de consolação para os que sofrem. Não
se trata de um mito, e sim de um fato real que serviu de referência para outros
autores bíblicos, como Ezequiel (Ez 14.14,20) e Tiago (Tg 5.10,11). Estes
acontecimentos se deram em Uz (Jó 1.1), que alguns localizam a leste de Edom (Gn
10.23, 36.28; Jr 25.20; Lm 4.21), provavelmente a Noroeste da Arábia.
O próprio
Deus testemunhou a Satanás do caráter de
Jó (Jó 1.8). O importante na vida do ser humano não é o que os outros dizem
dele, e sim o que o Senhor fala a seu respeito. A respeito de Jó, o
Todo-Poderoso disse que ele era:
1) Sincero - “Aquele que se exprime sem artifício, sem intenção de enganar, de disfarçar
seu procedimento”. Foi e é a primeira coisa que Deus observa na existência do
homem.
2) Reto - “Íntegro, imparcial, conforme a justiça”.
3) Temente - Não é ter medo de Deus, e sem receio de pecar contra Ele. É pensar
antes de agir.
4) Vigilante/Pacífico - “Afastava-se do mal” (v. 8). Desviava-se do mal,
era pacífico.
5) Cuidadoso com a família (vv. 4,5) - Como pai, exercia um verdadeiro sacerdócio
sobre a sua casa, intercedendo por todos os familiares pelas madrugadas. Que
exemplo notável para os chefes de família!
6) Desprendido (v. 3) - Não obstante ser um homem riquíssimo, seu coração não estava
preso estas coisas. As riquezas não são impedimentos para se servir ao Senhor,
e sim o amor a elas (1 Tm 6.10).
O acusador de Jó era Satanás,
um ser maligno com todas as características de uma pessoa. É um querubim
expulso do Céu (Ez 28.16). Seu serviço
é acusar. Ele ainda conserva um relativo acesso a Deus, para nos denunciar. É
chamado de Acusador (Ap 12.10). Sua
atuação é “rodear a terra” (Jó 1.7). Ele é chamado de príncipe deste mundo
(Jo 12.31, 14.30, 16.11). Satanás não pode tocar na vida do crente, a não ser com
a permissão de Deus (Jó 1.12, 2.6; 1 Jo 5.18). Em sua soberania, o Senhor permitiu que Jó fosse provado,
para mostrar a Satanás que o homem, o qual confia no seu Criador, pode perder
todas as coisas aqui na Terra, mas jamais deixa de confiar em Deus (2 Tm 4.7).
Após a permissão de Deus, começa a provação de Jó. Satanás entrou em
ação e, de um momento para outro, Jó
perdeu toda a sua riqueza (Jó 1.12-17). Nem bem havia descansado das
informações da perda dos bens materiais, logo chegou a péssima notícia da morte de todos os seus filhos (vv.
18,19). O Senhor permitiu a Satanás tocar
no corpo do seu servo, à exceção da sua vida (v. 6). Jó já havia perdido
tudo. Somente lhe responde a esposa, e esta, em vez de compartilhar com ele a
perda de tudo, e ser solidária em sua doença, o incentivou a amaldiçoar
Deus e morrer (vv. 9,10). Diante de terrível situação em que ele se
encontrava, tanto os parentes como os
amigos afastaram-se dele (Jó 17.6, 19.13-19, 30.9-12). Demonstrou uma
comovente submissão ao sofrimento,
embora desconhecesse os motivos (Jó 1.22, 2.10, 19.25,26). A principal lição do
sofrimento de Jó é que nunca somos provados além do que podemos suportar (1
Co 10.13), e tudo concorre para o nosso bem (Rm 8.28).
Enfim, Deus
mudou o cativeiro de Jó. Ele
repreendeu a seus amigos (Jó 42.7-17), que diziam que o amigo estava
naquela situação porque pecara contra o Senhor. Então Jó pediu o testemunho de
Deus sobre sua inocência (Jó 13.22-24, 31.6,7). Ele disse que solicitassem a oração de Jó (Jó 42.8,9), o que ele
fez, provando não ter algum ressentimento contra eles, e o Senhor ouviu a
petição de seu servo. Quando ele orava pelos seus amigos, Deus repreendeu a sua enfermidade (v. 10). É o Senhor quem nos dá
saúde (Mt 8.7; At 9.34; 3 Jo 2), pois dele vem toda boa dádiva (Tg 1.17). Ele lhe deu em dobro tudo quanto dantes
possuía (Jó 42.10-12). Deu-lhe outros
sete filhos e três filhas, as mais formosas que havia na Terra (Jó
42.13-15), e restabeleceu seus amigos e
parentes (v. 11).
Nada do que acontece em nossa vida é obra do acaso
ou coincidência. O Senhor é quem nos
dirige, de modo que, muitas vezes, não entendemos o porquê das coisas em
nossa existência. Mas, mesmo assim, devemos confiar em Deus. “Em ti confiarão
os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, nunca desamparaste os que te
buscam” (Sl 9.10).
Trechos extraídos da Lição 13
da revista “Aprendendo com os erros e acertos dos servos de Deus” - 2º
Trimestre de 1996
(Jovens e Adultos, Lições Bíblicas - CPAD)
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