“Sê fiel até à morte, e
dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2:10c).
A fidelidade traz bênçãos
extraordinárias para a vida presente e a futura.
A vida de Ana é caracterizada por um notável exemplo de fidelidade em
todos os aspectos. Seu nome significa “graça”, e reflete o que realmente foi a
vida desta serva de Deus. Seu filho Samuel, recebido como resposta divina, foi
um dos mais extraordinários vultos do Antigo Testamento, que marcou o fim da
época dos juízes para o período dos reis de Israel. Vejamos algumas preciosas
lições da vida desta crente fiel.
Ana era esposa de Elcana, que pertencia à linhagem
levítica (1 Cr 6.16-28); assim sendo, seu filho Samuel pôde exercer um ministério
tríplice: profeta, juiz e sacerdote. Elcana dividia o seu coração entre Ana e
Penina, sua segunda mulher. Ele, no
entanto, amava mais a primeira e dava-lhe a melhor parte. Isto levava Penina a
provocar e a aborrecer Ana, pelo fato de ser esta estéril (1 Sm 1.4-8). A esterilidade
era uma questão muito séria naqueles dias, pois a mulher estéril era rejeitada
pela sociedade, que, em sua concepção popular, achava que a esterilidade era um
castigo divino (Gn 16.2, 30.1-23; 1 Sm 1.6,20). Não obstante ser estéril e os
problemas no seu lar, ela era fiel como
esposa e companheira no servir ao Senhor.
Ana cria em Deus. Isto pode ser visto em sua
curta biografia, onde ela faz alusão ao nome do Senhor por dezesseis vezes (1
Sm 1.11,15,22,26,28, 2.1,2,3,6,7,8,10). O Todo-Poderoso ocupava o centro de sua
vida. Ela não faltava às reuniões do
Tabernáculo, sempre acompanhada do esposo, quer quando estéril ou mesmo
depois de o Senhor ter lhe aberto a madre (1 Sm 1.1-7,22-28). Anualmente,
Elcana ia a Siló com toda a família para servir ao Senhor, obedecendo, assim, a
uma determinação de Deus para o seu povo (Dt 12.1-7,17,18). Quando ele dava a
Ana a porção mais excelente de comida, porque a amava muito, isto levava Penina, sua competidora, a
aborrecê-la, porque era estéril. A casa de Deus é lugar de alegria,
concórdia, paz, perdão, amor fraternal, etc (Sl 133.13), e não de contendas (1
Co 11.17).
Diante do problema de sua esterilidade e das provocações de Penina, Ana
não discutiu com ela ou com seu marido, pois entendeu que a solução estava em clamar a Deus, e foi o que fez. Angustiada,
falou ao Senhor que, se Ele lhe concedesse um filho varão, ela o daria de volta
por todos os dias da vida dele, e seu cabelo não seria cortado (1 Sm 1.11), ou
seja, ele seria um nazireu de Deus (Nm 6.1-8). Precipitadamente, Eli a julgou
uma mulher embriagada. Todavia, Ana não
desrespeitou o ungido de Deus, mas respondeu-lhe educadamente. Ao levantar-se
da oração, o seu rosto estava alegre
(1 Sm 1.18). “O coração alegre aformoseia o rosto” (Pv 15.13). Deus ouviu sua
oração, e ela concebeu Samuel. O
Senhor faz que a estéril “seja alegre mãe de filhos” (Sl 113.9). Em toda esta
fase, vemos sua fidelidade: gravidez, nascimento, amamentação, higiene,
vestuário, educação, etc. Os filhos são herança do Senhor (Sl 127.3), e devemos
ensiná-los a andar em seus caminhos (Pv 22.6). Ana era uma mulher agradecida (1 Sm 2.1-10). Não devemos nos esquecer de
nenhum dos benefícios do Senhor (Sl 103.3). “Em tudo dai graças” (1 Ts 5.18), é
o ensino da Bíblia. Como mãe, não deve ter sido fácil para Ana entregar seu
filho Samuel, a fim de servir ao Senhor em sua casa. Porém, ela foi fiel ao juramento
feito no momento de sua aflição. Elcana, seu marido, concordou com ela (1 Sm
1.23). O casal compareceu ao Tabernáculo
com o filho e as ofertas que eram determinadas (Dt 12.5,6,11). Jamais
devemos nos apresentar vazios à presença do Senhor (Dt 16.16), mas tragamos
nosso coração, nosso culto, nossa adoração, nossa oferta, nossos corpos em
sacrifício vivo (Rm 12.1-3).
Pela fidelidade, Ana foi
grandemente recompensada. Deus lhe concedeu outros cinco
filhos: três homens e duas mulheres (1 Sm 2.21); dando-lhe, assim, a bênção
que mais tarde o salmista registrou (Sl 113.9). Ana foi honrada pelo Senhor (1
Sm 2.30). Os que se humilham serão exaltados (Mt 23.12). Além disso, todos os
anos Ana ia ao Tabernáculo com seu marido, para oferecer o sacrifício anual, e,
nessas ocasiões, ela experimentava duas
grandes bênçãos:
a) Rever o filho que, como mancebo ainda, crescia servindo ao Senhor (1 Sm
2.18), e levar-lhe sempre uma túnica (v. 19).
b) Ser abençoada pelo sacerdote Eli, que sempre reconhecia o grande ato de
fé e fidelidade demonstrada por Ana (v. 20).
Grandes são as bênçãos
experimentadas pelos crentes fiéis a Deus. Já nesta vida, o Senhor nos cerca
com o seu cuidado, e grande recompensa está reservada para o dia da volta de
Jesus. Naquele dia, o Todo-poderoso
procurará os fiéis da Terra, para estarem com ele em sua glória para sempre
(Sl 101.6)!
Trechos extraídos da Lição 9
da revista “Aprendendo com os erros e acertos dos servos de Deus” - 2º
Trimestre de 1996
(Jovens e Adultos, Lições Bíblicas
- CPAD)
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