“Setenta semanas
estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a
transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer
a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo” (Dn
9.24).
Sessenta e nove semanas já passaram. Resta o cumprimento da última, para
que toda esta profecia tenha a sua cabal realização.
Daniel buscou a face
do Senhor com oração, rogos, jejum, saco e cinza, e recebeu de Deus a resposta,
por meio do anjo Gabriel. O Todo-poderoso mostrou e Daniel em panorama profético
que facilita a compreensão dos acontecimentos sobre o fim dos tempos: A profecia das setenta semanas. Nesta profecia,
cada dia da semana significa um ano e, assim, cada semana refere-se a um
período de sete anos. As setenta semanas compreendem, portanto, 70 x 7 = 490
anos. Vejamos do que cada parte da revelação fala:
1ª parte (Dn 9.25) - Fala em sete semanas, a partir da ordem
para reedificar Jerusalém (Ne 2.4-9), o que aconteceu em 445 a.C. Não se sabe
ao certo a que evento está ligado o fim da contagem de primeiros 49 anos (7
períodos de 7 anos). O trabalho de edificação dos muros de Jerusalém foi
concluído em 52 dias (Ne 6.15).
2ª parte (v. 25) - Fala de 62 semanas (62 x 7 = 434 anos)
que, somadas às sete primeiras semanas acima mencionadas, definiriam um tempo a
partir do início da restauração de Jerusalém, até o Messias. É impressionante
observar que, desde a ordem de edificar aquela cidade até a entrada triunfal de
Jesus na Cidade Santa, passaram-se exatamente 69 semanas de anos (7 + 62), ou
seja, 483 anos (69 x 7).
3ª parte (v. 26) - Fala que, depois da 62 semanas, será tirado
Messias. Jesus foi rejeitado pelos judeus, condenado, e morto na cruz. O
povo presente à condenação de Cristo clamou: “O seu sangue caia sobre nós e
sobre os nossos filhos” (Mt 27.25). Por ter desprezado o Messias, o povo de Israel
se afastou de Deus, e Deus dele, e, então, a contagem do tempo parou, uma vez
que as 70 semanas estavam determinadas para os judeus. Resta, ainda, uma semana,
a última. Ninguém sabe a duração deste intervalo, porque ele findará no momento
do Arrebatamento da Igreja. Com a vinda de Jesus, o impedimento para
manifestação do Anticristo será tirado (2 Ts 2.7,8), e começará a contagem da
septuagésima semana, o período da Grande Tribulação.
4ª parte (v. 27) - Fala da 70ª semana, que corresponde à Grande
Tribulação. Vejamos um resumo introdutório:
a)
O Anticristo entra em cena. Ele será aclamado
de dia mundial, capaz de encaminhar a solução de todos os problemas da
humanidade. Bem no início de seu governo, fará um concerto com Israel por sete
anos (v. 27a). Logo, estará em ação o falso profeta, assessor imediato do Anticristo,
e será decretada a obrigatoriedade de todos adorarem o Anticristo (Ap 13.12),
sob pena de morte (v. 15).
b)
Passados três anos e meio, o Anticristo romperá o concerto feito com
Israel, ao se assentar no Templo, para ser adorado como Deus (2 Ts 2.4). Também os judeus serão obrigados a adorar o Anticristo. Como
se recusarão a fazê-lo, o falso Cristo mostrará sua autoridade e força, e
começará o que, na profecia de Jeremias, é chamado de o “tempo de angústia para
Jacó” (Jr 30.7).
c) Inesperadamente, sem algum aviso prévio, aparecerá Jesus em grande
glória, acompanhado dos exércitos celestiais (Ap
19.11-14). Cumprir-se-ão as palavras da Bíblia: “Eis que vem com as nuvens, e todo
olho o verá” (Ap 1.7). Jesus virá acompanhado de sua Igreja, com todos os salvos
vestidos de branco. A noiva, após participar das bodas do Cordeiro (Ap 19.9),
aparecerá, agora, como esposa de Cristo (Ap 21.9). Ela estará junto de seu
querido Jesus, quando ele aparecer em glória (Mt 16.27; 2 Ts 1.7-10; Tt 2.13).
d) No momento em que Jesus aparecer em glória, Israel estará no auge de seu
sofrimento. Jerusalém encontrar-se-á sob o domínio de muitos
exércitos, desejosos de sua destruição. Mas a vinda de Cristo em glória
reverterá a situação. Acontecerá algo novo! O Espírito de graça e de suplica
será derramado sobre os judeus (Zc 12.10). “Até mesmo os que o transpassaram se
lamentarão” (Ap 1.7). Esta operação do Espírito Santo fará com que Israel tome
consciência de que aquele Jesus está vindo em glória é o Messias, o qual seus
pais crucificaram! Então, lamentar-se-ão. Diz Romanos 11.25,26 que o endurecimento
veio em parte sobre Israel até que a plenitude dos gentios se completasse. E,
assim, todo Israel será salvo. A “plenitude dos gentios” concluiu-se no
Arrebatamento da Igreja, e agora cumpre-se a segunda parte desta profecia: “Todo
Israel será salvo”.
e) No momento da vinda de Jesus em glória, cumprir-se-á a segunda parte da
conhecida profecia acerca do “vale dos ossos secos”, registrada em Ezequiel 37. A primeira parte desta profecia cumpriu-se na restauração nacional de
Israel. Os ossos se uniram, e Deus, sobre eles, pôs nervos, carne, pele (vv.
5-8). O mundo viu, com espanto, um povo espalhado pelo planeta tornar-se uma
nação temida e respeitada. Mas a Bíblia diz que, no primeiro momento, não havia
neles espírito (v. 8), isto é, Israel ainda não havia se reconciliado com o Senhor.
A restauração era apenas da vida nacional. A segunda parte desta profecia
cumprir-se-á agora, na vinda de Jesus em glória, pois o Espírito de Deus entrará
neles, e viverão, e se colocarão em pé, um exército extremamente grande (v.
10).
f) Findam-se, aqui, as setenta semanas de Daniel. Israel conciliar-se-á com Deus. Ter-se-á cumprido o tempo determinado
por Deus para a extinção de transgressão, o fim do pecado, a expiação da
iniquidade, para que venha a justiça eterna.
Com o fim das 70
semanas, a visão e a profecia estarão seladas (Dn 9.24). Jesus, então, instalará
o Milênio. Israel, agora salvo, estará ao lado de seu Messias, como a nação líder,
tanto política como espiritualmente.
Trechos extraídos da Lição 9 da revista “Daniel, estadista e profeta” -
3º Trimestre de 1995
(Jovens e Adultos, Lições Bíblicas - CPAD)
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